Just in Time e Logística Elástica: qual é a diferença?

Just in Time ou Logística Reversa, qual a diferença? Imagem em verde e branco com um desenho logístico ao centro

Na gestão contemporânea da cadeia de suprimentos, estratégias eficientes são cruciais para otimizar processos, reduzir custos e atender de maneira ágil às demandas do mercado em constante evolução. Duas abordagens que têm ganhado destaque nesse cenário são o “Just in Time” (JIT) e a “Logística Elástica”.

Embora ambas visem aprimorar a eficiência operacional e a flexibilidade nas operações, são conceitos distintos, cada um com suas características particulares. 

Neste breve artigo, de forma bem por cima, vamos abordar as diferenças principais entre o Just in Time (JIT) e a Logística Elástica, e analisar de forma simplificada como essas estratégias moldam a gestão da cadeia de suprimentos. Além disso, vamos mostrar bem sutil como elas podem influenciar algumas práticas empresariais visando aumentar a vantagem competitiva. Vamos lá!

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O conceito de Just in Time

Esse conceito surgiu em 1950, no Japão, desenvolvido por Kiichiro Toyoda e visava, basicamente, otimizar a produção por meio da redução de custos e dos desperdícios. O Just in Time ou JIT consiste em sintonizar a demanda com a oferta, e buscando produzir apenas o que é preciso, na quantidade exata e no momento mais conveniente possível. Assim, evita-se o excesso de estoque, o retrabalho e a perda de qualidade.

O JIT é um conceito que foi espelhado num outro conceito: o Jidoka, criado em 1918. Entretanto, diferente do Jidoka, que é um processo mais rigoroso da qualidade dos processos, o JIT visa administrar toda a cadeia que alinhamenta e dá sentido à linha de produção, ou seja, o conhecido “fluxo contínuo”.

Além desses aspectos, o JIT é uma uma estratégia que visa reduzir custos associados ao armazenamento excessivo e melhorar a eficiência operacional, permitindo uma produção mais ágil e responsiva às demandas do mercado. No “Just in Time”, a coordenação precisa entre fornecedores, fabricantes e distribuidores é essencial para garantir a entrega pontual dos insumos, otimizando assim todo o fluxo de produção.

Legal! Entendi. Mas e o conceito de Logística Elástica? Bem, a Logística Elástica, por sua vez, é um modelo mais moderno e, digamos, mais flexível e que se adapta às variações da demanda e do mercado. 

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O conceito de Logística Elástica

Basicamente, a Logística Elástica busca aumentar ou diminuir a capacidade produtiva e logística de acordo com as necessidades dos clientes, utilizando recursos como terceirização, automação e tecnologia da informação.

Em outras palavras, a Logística Elástica é uma abordagem na gestão da cadeia de suprimentos que enfatiza a flexibilidade e adaptabilidade para lidar com flutuações nas demandas do mercado. Ao contrário de abordagens mais rígidas, a Logística Elástica permite que as empresas ajustem dinamicamente seus processos e recursos em resposta a mudanças nas condições do mercado.

Vamos ver juntos alguns exemplos:

  • Capacidade de Armazenamento Flexível: empresas que adotam a Logística Elástica podem ajustar rapidamente sua capacidade de armazenamento para lidar com picos sazonais ou variações inesperadas na demanda. Isso pode envolver o uso de armazéns temporários ou serviços de armazenamento externos.
  • Transporte Adaptativo: empresas podem colaborar com uma variedade de provedores de transporte e adotar modelos de entrega flexíveis para garantir que possam atender aos prazos de entrega, mesmo diante de mudanças nas condições de transporte ou em padrões de demanda.
  • Produção Sob Demanda: a Logística Elástica pode ser implementada através de sistemas de produção sob demanda, onde a produção é acionada com base nas ordens recebidas, evitando assim o acúmulo desnecessário de estoques.
  • Rede de Fornecedores Dinâmica: a capacidade de ajustar a rede de fornecedores com base nas necessidades específicas e nas condições do mercado é outro exemplo de Logística Elástica. Isso pode incluir a rápida integração de novos fornecedores ou a reconfiguração da rede para otimizar a eficiência.

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Ah! Beleza, agora ficou mais claro. Mas, afinal, quais são as diferenças entre esses dois conceitos? Vamos explorar esses dois temas um pouco mais. Pois bem, as principais diferenças entre o JIT e a Logística Elástica que podemos ressaltar são:

  • O JIT é mais adequado para ambientes estáveis e previsíveis, onde a demanda é constante e os fornecedores são confiáveis. A Logística Elástica é mais indicada para ambientes dinâmicos e incertos, onde a demanda é volátil e os fornecedores são diversificados.
  • O JIT, por sua vez, foca na redução de custos e desperdícios, eliminando as atividades que não agregam valor ao produto ou serviço. Já a Logística Elástica foca na criação de valor para o cliente, oferecendo soluções personalizadas e diferenciadas.
  • Em relação a padronização, o JIT busca a padronização dos processos e produtos, seguindo rigorosamente as especificações e os prazos. No caso da Logística Elástica, é o oposto. Esse é um conceito que busca a customização dos processos e produtos, atendendo às expectativas e aos requisitos dos clientes.

Como você pôde ver, o JIT e a Logística Elástica são dois modelos de gestão da produção e da cadeia de suprimentos que apresentam vantagens e desvantagens, dependendo do contexto e do objetivo de cada empresa. 

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O ideal mesmo é combinar os dois conceitos, buscando o equilíbrio entre eficiência e flexibilidade, aplicando um ou outro quando for mais adequado. Caso você queira explorar ainda mais esses dois temas, a gente sugere algumas leituras complementares, veja abaixo: 

O primeiro livro é dos dos autores: James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos, na obra “A Máquina que Mudou o Mundo“, os autores abordam a evolução do sistema de produção e destacam os princípios do Just in Time, fornecendo insights valiosos sobre sua aplicação na indústria.

O segundo livro é dos autores James P. Womack e Daniel T. Jones, sob o título “Lean Thinking: Banish Waste and Create Wealth in Your Corporation“, os autores exploram os princípios do pensamento enxuto, incluindo o Just in Time e sua aplicação em diversas indústrias.

Nossa terceira sugestão é “Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos” de Martin Christopher. De forma geral, este livro abrange uma ampla gama de tópicos relacionados à logística e gestão da cadeia de suprimentos, incluindo conceitos que se alinham à ideia de logística elástica.

Por último, o livro “Logística Empresarial: Uma Perspectiva Brasileira“, que é focado no contexto brasileiro, explora conceitos de logística que são relevantes para entender a dinâmica da cadeia de suprimentos no país, incluindo abordagens flexíveis.

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