Para que a gente possa falar sobre o papel de hoje em dia, o famoso papel sulfite, precisamos voltar alguns milhares de anos no tempo. Sim, milhares de anos. Você provavelmente já ouviu falar em papiro, né?
Então, esse é o primeiro tipo de papel que existiu. Em 3.000 a.C, os egípcios conseguiram confeccionar esse modelo a partir da fibra de uma planta conhecida como Cyperus papyrus.
Essa planta é uma herbácea aquática nativa do Egito e que, em seu habitat natural, pode chegar a até 5 metros de altura. Inclusive, a palavra “papel” vem do latim papyrus, e é referência a essa planta Cyperus papyrus que cresce às margens do Rio Nilo, no Egito.
O que acontece é que produzir esse tipo de papel tinha um custo muito elevado. Então, na cidade de Pérgamo, no século II a.C, onde fica hoje a Turquia, foi criado o pergaminho a partir da pele de diversos tipos de animais como carneiros e ovelhas, por exemplo.
Esse tipo de produto era reutilizável, muito mais resistente e as informações podiam até ser apagadas. Esse material foi muito utilizado em boa parte da Antiguidade e da Idade Média, quando foi substituído a partir do século XIV.
O papel nos tempos da dinastia chinesa
Somente em em 105 d.C, um tipo de papel mais moderno foi inventado pelos chineses, mais precisamente por T’sai Lun, a partir de uma pasta de fibras que era triturada e que tinha maior absorção de tinta.
A técnica era super secreta, uma vez que o papel era um produto muito valorizado durante a dinastia Han (206 a.C. até 220 d.C), a segunda de todas as dinastias imperiais da China.
Nessa época, o grande imperador chinês, conhecido como Gaozu, atuou num importante momento onde houve a consolidação da cultura chinesa, avanços na política e muita prosperidade econômica. Sem contar os progressos tecnológicos.
Séculos depois, em 751 d.C, os chineses tentaram conquistar uma cidade que estava sob domínio árabe, mas inacreditavelmente eles perderam a batalha.
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Com isso, artesãos foram capturados e a inteligência de produzir papel deixou de ser um monopólio chinês. Vale lembrar que por muitos séculos, o exército chinês foi um dos mais poderosos do mundo.
Dando um salto no tempo, já na idade média (V e XV), sendo utilizado para diversos fins comerciais, o papel ganhou popularidade e ainda mais importância.
Se você gostou dessas informações gerais sobre a história do papel, acesse o site da UNESP para ler a matéria completa.
Descoberta da celulose e a produção nacional
Além da história do papel de modo geral, a celulose, matéria-prima principal para produção de papel sulfite tradicional que temos hoje em dia, foi descoberta em 1838 pelo químico francês Anselme Payen (1795 – 1871). Ele também descobriu a diástase, que é uma enzima vegetal capaz de aumentar a velocidade de reação da hidrólise.
Mas calma aí que esse artigo não é sobre química! Então, vamos voltar ao tema.
Em 2020, o Brasil figurava em segundo lugar entre os maiores produtores de celulose no mundo, apenas atrás dos Estados Unidos. Vale destacar que o nosso país, por conta de condições climáticas e de solo, é referência mundial em produtividade de plantios florestais.
Isso somente é possível graças a um investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento e inovação, além do aprimoramento de técnicas de manejo florestal e práticas sustentáveis que se sucedem ano após ano.
De acordo com o relatório “A Indústria de Papel e Celulose no Brasil e no Mundo”, feito pelo Ministério de Minas e Energia em parceria com a IBÁ em 2020, “o eucalipto e o pinus plantados hoje evoluíram em produtividade 40% a mais que as espécies/variedades trazidas ao Brasil, na sua origem. (Embrapa, 2021)”.
Produção de papel no Brasil
Em 1809, a produção começou a engatinhar no Brasil. Primeiro no Estado do Rio de Janeiro e, depois, com a vinda de imigrantes europeus que detinham esse conhecimento e por conta do desenvolvimento da indústria, começou a ser produzido em São Paulo.
Somente em 1968 o papel começou a ser produzido em larga escala no Rio Grande do Sul, depois de um investimento de uma empresa norueguesa.
Ainda segundo o mesmo relatório, o Brasil figura entre os 10 maiores produtores de papel do mundo, com exportações na casa dos 2,1 milhões de toneladas.
Como é possível ver na tabela acima, a China é o maior produtor de papel. Pelo que vimos na história, esse país se consolida cada vez mais ao longo do tempo. De acordo com informações da FAO, contidas no relatório, a produção mundial de papel foi de 518,4 milhões de toneladas em 2020.
É muito importante ressaltar que, em 2020, passamos por uma pandemia que muitas instituições de ensino básico e superior, que migraram para o sistema remoto e as empresas para o sistema de teletrabalho.
O relatório destaca que, por conta disso, ocorreu uma queda considerável na produção, que teve o recuo em mais de 14%. Outro dado que é relevante destacar é que o estudo não se refere apenas à produção de sulfite, mas também papel-cartão e papel para embalagem, entre outros.
Sobre a reciclagem de papel
Uma questão importante que não poderia ficar de fora e que permeia a indústria do papel no Brasil e no mundo é a reciclagem. Ainda segundo o relatório, “a reciclagem promove a utilização inteligente dos recursos, minimizando a pressão sobre o capital natural, o que é o fundamento da economia circular”.
Leia também: Papel sulfite: o que é e quais são os tipos?
Mas nesse sentido, a indústria brasileira tem um histórico positivo em relação a esse tema. Em 2020, o marco foi de 70,3% na taxa de reciclagem no país, sendo que a média global do setor é 59,1% segundo informações do ICFPA de 2021.
O papel sulfite Chamex
Atualmente, uma das fabricantes de papel que é referência é a Sylvamo (NYSE: SLVM), a mesma companhia que detém as marcas Chamex, Chamequinho e Chambril, atuantes no Brasil há mais de 50 anos e muito conhecidas pela qualidade.
Somente essa empresa é capaz de produzir mais 1 milhão de toneladas de papel não revestido por ano. Entende-se por papel não revestido aquele que é capaz de absorver mais tinta, também conhecido como off-set.
Sem contar que, no Brasil, são quase 50 kg por ano consumidos por habitante. Mais ou menos, uma árvore e meia de eucalipto, por exemplo.
Além disso, a Sylvano possui mais de 100.000 hectares de florestas de eucalipto e vegetação nativa no Estado de São Paulo. Desta forma, a empresa é capaz de fabricar por meio de uma fonte sustentável e com uma fibra de madeira de alta qualidade.
Hoje, o papel sulfite é um dos tipos mais utilizados em todo o mundo, além de ser uma opção bastante acessível para escritórios, escolas e negócios em geral.
Como podemos perceber, o papel foi uma grande invenção/ descoberta de milhares de anos. E, de fato, passou por muitas mudanças até chegar ao modelo convencional que temos hoje.
E aí, gostou de conhecer um pouco mais sobre a história desse material tão importante hoje em dia? Como vimos, esse é um produto que representa muito na história da humanidade, não é mesmo?
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